terça-feira, 22 de abril de 2008

Dia Mundial da Terra, é hoje!!

1- Numa altura de recessão económica, com um decréscimo do Produto Interno Bruto durante alguns meses, Portugal apresenta uma situação inédita - de acordo com resultados preliminares anunciados recentemente em várias conferências, o consumo de energia entre Janeiro de 2002 e Janeiro de 2003 aumentou mais de 8%. Portugal, que já era o país europeu com pior desempenho em termos de intensidade energética, vê-se assim numa situação ainda mais grave; a intensidade energética é um indicador do consumo de energia em relação ao PIB, significando assim que estamos a consumir muito mais energia face ao desenvolvimento económico que apresentamos. Por outras palavras, estamos a desperdiçar cada vez mais recursos e energia. Ao contrário de haver uma política com forte incidência na contenção da procura de energia, continua-se, por exemplo no sector da produção de electricidade, a justificar que o que é necessário é ter maior capacidade de produção, nomeadamente com a defesa da construção da Barragem do Sabor, destruindo mais uma fracção do património natural valioso do País.

2- Portugal não parece querer implementar as medidas de redução das emissões de gases poluentes, nomeadamente dos responsáveis pelo agravamento do efeito de estufa/alterações climáticas. Com concentrações de alguns poluentes muito acima dos limites da legislação europeia. No que respeita às grandes cidades, o tráfego rodoviário surge como a principal actividade responsável pelo agravamento da situação. Portugal é um dos cinco países que caminha para uma maior insustentabilidade na área dos transportes. A par da Bélgica, Espanha, Grécia, Itália, o volume de passageiros e de carga em relação ao PIB, aumentou na década de 90, em vez de diminuir, o que mostra uma maior ineficiência no transporte de pessoas e bens. Portugal está a meio da tabela no que respeita à utilização do automóvel privado por comparação com outros países europeus, mas é o quarto com maior peso no transporte de mercadorias por via rodoviária.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008


A edição de 23 de Outubro da revista Nature é acompanhada por uma notícia intitulada «Greenhouse-gas levels accelerating», que dá conta de uma aceleração no ritmo de emissão de CO2 para a atmosfera. Enquanto na década de 90 se verificou uma aumento anual das emissões de cerca de 1.3%, o boom económico do século XXI - especialmente na China e na Índia - foi acompanhado por um boom equivalente nas emissões de gases de efeito de estufa, cerca de 3.3% ao ano a partir de 2000.Pep Canadell, que lidera o Global Carbon Project e publicou um dos estudos analisados nesta notícia, sugere ainda que os tanques de carbono da Terra, especialmente os oceânicos, já não funcionam tão eficientemente como em meados no século passado e por isso menos CO2 atmosférico é retirado do sistema:«Há cinquenta anos, se emitissemos 1 tonelada de CO2, os tanques [como os oceanos] removiam 600 quilogramas. Agora removem 550 kg e esta quantidade está a diminuir».Outro dos artigos mencionados na notícia da Nature, publicado no Journal of Geophysical Research, reitera as afirmações de Canadell. Ute Schuster e Andrew Watson, da Universidade de East Anglia em Norwich, utilizaram dados recolhidos por instrumentos colocados em navios comerciais para concluir que em algumas zonas do Atlântico Norte a capacidade do oceano para remover CO2 diminuiu para menos de metade desde meados dos anos 90.A descoberta dos dois cientistas surge apenas três meses após outra equipa ter descrito que o mesmo se passa no Oceano Polar Antártico. Esta diminuição drástica na capacidade de absorção de CO2 nos oceanos sugere que nem o tratamento de emergência prescrito por James Lovelock para a «patologia do aquecimento global» será suficiente para reduzir os níveis de CO2 na atmosfera terrestre.